Monday, December 28, 2009

Réveillon com Florquestra



O grupo Florquestra Brasil promete animar a noite de passagem de ano. Regina Teixeira, Leonardo Constant e Silvio Módolo farão um espetáculo na noite de réveillon no Jazz'oo, no Centro de Ottawa. O show começa às 20 horas e a Florquestra promete que vai ter muito samba, bossa-nova e MPB.

Serviço:
Local: Jazz'oo European Bar & Lounge
Dia: 31/12/2009
Hora: 8:00pm
Endereço: 132 Sparks St. (entre Meltcafe e O'Connor)
Ottawa, ON
K1p5B6

Clique aqui para ver a Florquestra Brasil no MySpace.
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Monday, December 14, 2009

Embaixador de Portugal Parabeniza Centro Português


O Embaixador de Portugal Pedro Moitinho de Almeida esteve na festa de 35 anos do Centro Comunitário Português Amigos Unidos (CCPAU). Ele ressaltou a importância do espaço na preservação da cultura portuguesa em Gatineau. O Presidente do Centro, Alberto Dias, fez uma pequena avaliação de sua gestão, que chega perto do fim.

Em breve discurso depois do jantar de aniversário do CCPAU, o Embaixador destacou que o Centro ajuda na preservação das tradições, da cultura e da Língua Portuguesa no Canadá. Os membros do Centro sabem que suas maiores metas são de fato suas maiores dificuldades, e o Embaixador reconheceu o esforço da comunidade nesse sentido.

O Presidente do Centro, Alberto Dias, aproveitou seu discurso para ressaltar as dificuldades encontradas durante sua gestão. Ele rechaçou as críticas a sua administração e as classificou de mentiras. “É difícil agradar a todos”, disse ele mais tarde em conversa com o Cena Canadense. Alberto Dias resgatou em sua fala o sentimento de união daqueles que construíram o CCPAU.

O Senhor Fernando Henriques, Presidente da Mesa de Assembleia Geral do CCPAU, fez seu discurso lembrando da história de construção do Centro, preocupado com a preservação da união entre os portugueses da localidade. Lembrou do Padre Araújo, citado no livro do 25º aniversário por sua destacada colaboração na tentativa de conseguir ajuda do Governo Português à época da construção do Centro.

“Quem não gosta de respirar o ar de sua terra?”, questionou Fernando Henriques ao afirmar que o CCPAU tem a atmosfera de Portugal. Terminados os rápidos discursos, o Presidente Alberto Dias liderou a abertura de 10 garrafas de champagne para um brinde coletivo. Todos os presentes levantaram suas taças pelo Centro e depois 10 bolos entraram pelo salão ao som de “Parabéns P’ra Você”, tocado pelo grupo Nossa Moda.

O Deputado Federal Marcel Proux e a Deputada de Gatineau Marise Gaurdrean compareceram logo em seguida para prestigiar a festa. Muito sorridentes, cumprimentaram todos os membros da gestão liderada por Alberto Dias. A Orquestra Nossa Moda animou a festa até a madrugada seguinte.

Ao som de músicas portuguesas e brasileiras, pessoas de todas as idades, portuguesas e até brasileiras, dançaram muito e se divertiram bastante. Mesmo os responsáveis pela administração do Centro revezavam-se entre receber bem desde o convidado mais simples ao mais ilustre, cuidar de detalhes técnicos da festa e colaborar nos serviços da cozinha e das mesas.

A timidez de alguns homens fez que um terço das pessoas que dançavam nas pistas fosse sempre composto por duplas de mulheres que não se furtavam da alegria. Segundo a simpática Fátima Costa, do Grupo da Terceira Idade, “os homens não querem, os homens não gostam de dançar”, afirmou dando boas risadas. “Os homens querem ficar no bar conversando e não querem dançar. Então as mulheres dançam”, complementou.

Não foi o caso do Presidente Alberto Dias que, mesmo sem jeito para a dança, ainda arriscou seus passos na pista. Em seguida, uma peça de teatro de comédia organizada por Stephen Pacheco, filho de portugueses e nascido em Ottawa, arrancou muitas gargalhadas da plateia e abriu a apresentação de um excelente grupo de dança chinês.

“Levamos duas semanas para ensaiar essa peça, mas de outra vez levamos até mais tempo, três meses”, afirmou Stephen, que também era responsável pela sonorização da festa. Ele começou a estudar teatro este ano e já é sucesso em sua comunidade. Seu irmão Brian Pacheco e José Tavares aderiram à comédia e ajudaram a entreter os 240 convidados da festa.

A apresentação do grupo de dança chinês trouxe ainda mais beleza à festa. Coloridas e muito elegantes, as performances chinesas encantaram os presentes. O rapaz da espada também agradou a todos com sua performance.

A animação dos portugueses encantou também os que convivem a menos tempo com os membros do Centro. Ricardo Henrique Tabone é brasileiro e casado com uma das Professoras de Português do Centro, Sandra Anacleto. Ele e principalmente a linda filha do casal apreciaram muito a festa. Uma canadense que não se identificou disse que gosta das festas da comunidade. “Eles se juntam, comem, celebram e eu acho isso muito interessante”, disse ela.

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Wednesday, December 9, 2009

Centro Português de Hull Completa 35 Anos


REPORTAGEM ESPECIAL

O Centro Comunitário Português Amigos Unidos, em Hull-Gatineau, completa 35 anos este mês e prepara uma festa inesquecível em sua sede, na 42 Hanson, dia 12 de dezembro, às 19 horas. Haverá um jantar e a apresentação da Orquestra Nossa Moda, que promete animar muito o ambiente. Antes, às 18 horas, haverá uma missa no mesmo Centro.

As festas portuguesas são conhecidas pela organização impecável. Eles avisam que é preciso fazer reservas com antecedência. A ementa do jantar inclui entrada, sopa, salada, New York Steak, legumes, batata parisienne, sobremesa, chá ou café. Adultos pagam $25 e crianças pagam apenas $12.

Como a data é a mais importante do ano para todos os portugueses que moram em Hull, esta festa promete ser a melhor de 2009. O Cena Canadense já conferiu o Jantar de Mariscos no mês passado e observou que realmente as festas organizadas por eles são as melhores.

História Marcante do Centro Português
A história do Centro Comunitário Amigos Unidos de Hull é repleta de fatos marcantes. Mesmo antes da inauguração do Centro, os portugueses que migraram para Hull já sentiam a necessidade de se unir em torno de um espaço que fosse sua casa. Do sonho à realidade, muito trabalho foi necessário. A tradição desbravadora desse povo foi fundamental para que hoje tenham seu espaço.

O Centro é visto como um monumento à trajetória dos colonos que chegaram ao Canadá. Sempre por algum motivo ligado à história de Portugal, os portugueses sonhavam em emigrar, melhorar de vida e retornar a sua terra. Isso tudo, somado ao gosto que seu povo tem pela aventura, trouxe vários lusitanos para a América do Norte.

Quando o Centro completou 25 anos, seus diretores organizaram um livro contando toda a história da chegada desses colonos, trazendo ao conhecimento inclusive dos mais novos, já nascidos no Canadá, todas as dificuldades enfrentadas por eles na adaptação à nova terra. A leitura do livro é bastante recomendável para portugueses, seus filhos, netos, bisnetos, e até mesmo aos brasileiros. É uma lição de senso comunitário.

O livro conta que foram vários os motivos de saída de portugueses de suas terras, em diferentes momentos da história. A pobreza, o desemprego, o recrutamento para a Guerra Colonial e a imobilidade social em Portugal são apontados como algumas das razões fundamentais que fizeram com que os portugueses deixassem seu país.

Naqueles tempos, eles não deixavam Portugal com a intenção de permanecer no Canadá. Havia sempre o sonho de voltar para sua terra. Porém, depois de um período por aqui, conseguiam se adaptar à cultura canadense, aprendiam a falar a língua e acabavam por trazer seus parentes que haviam ficado em Portugal.

Em 1985, o processo de emigração sofreu alterações em Portugal. Apesar da comunidade por aqui já ser muito grande, diminuiu bastante o número de novos portugueses que chegavam ao Canadá. Junto disso, a qualidade de vida melhorou muito na terra lusa.

Desde 1962, a comunidade portuguesa acumulava experiências de tentativa de preservação de sua cultura. Descrita no livro como religiosa e bem fechada, a comunidade alugava um horário de missa numa igreja. Os portugueses aproveitavam o fim da missa para conversar, trocar impressões e se reunir.

Mesmo dentro do horário alugado, muitas vezes eles eram postos para fora da igreja. Em certas ocasiões, as luzes foram apagadas antes mesmo do fim da missa. E quando esta terminava, eles eram conduzidos para fora causando muito desconforto, principalmente em épocas de frio. O acúmulo dessas vivências fez com que eles se juntassem para construir o seu próprio Centro.

Onze anos depois eles conseguiram inaugurar o Centro Comunitário Português Amigos Unidos, nome dado em lembrança à primeira tentativa, entre 1963-64, que era comercial e, segundo o livro, ajudou muita gente. Porém, durante esses 11 anos muita luta e muitos esforços de vários segmentos da comunidade colaboraram para que ela atingisse seu sonho. Ao longo de sua narrativa histórica, o livro conta detalhes interessantíssimos desse período.

Há, por exemplo, a história de um penedo que atrapalhava há muito tempo a passagem de caminhões durante as obras. Como tudo era feito com recursos que os próprios portugueses reuniam, um deles resolveu quebrar o penedo. Deus três marretadas sem sucesso. Parou um pouco, foi pegar vinho e um sanduíche, enquanto rezava pedindo ajuda aos céus. Voltou, deu mais uma marretada e nada aconteceu. Rezou bastante, tomou mais vinho, deu outra mordida em seu sanduíche e partiu com a marreta para cima do penedo. Foi quando conseguiu.

Mesmo em épocas de grandes dificuldades, os portugueses de Hull juntavam suas economias, voluntariavam-se para o trabalho e faziam as obras necessárias para levantar o Centro com sua igreja. O dia da inauguração foi motivo de grande orgulho e festa.

A história sofrida e heróica desta comunidade é o motivo de tanto orgulho. Há 35 anos o suor de cada português envolvido com esta trajetória está representado no monumento Centro Comunitário Português Amigos Unidos. E é isso que eles vão celebrar agora em dezembro. Mesmo os que ainda hoje lutam pela manutenção do Centro são grandes exemplos para os outros falantes da Língua Portuguesa no Canadá.

Fatos Históricos

Alguns momentos históricos de Portugal são relacionados ao Centro Comunitário Português Amigos Unidos no livro que celebrou seu 25º aniversário, há 10 anos:

1910-1932 – Fim da monarquia em Portugal, que existia desde o século XII;

1932 – Salazar torna-se Primeiro Ministro de Portugal. Logo depois cria o Estado Novo, instaurando a ditadura, que durou de 1933 a 1974;

1953 a 1954 – Chegada de muitos açorianos a Hull, aproveitando a necessidade de mão-de-obra existente no Canadá. Em Halifax, chegaram de navio ao Canadá. Foram em seguida para Montreal, onde foram divididos. Vieram para Hull os que tinham experiência com agricultura. Tiveram dificuldades de adaptação por causa da língua, do frio, dos hábitos alimentares e da solidão. Quando dois ou três portugueses se encontravam na rua, a polícia vinha desfazer o grupo pensando se tratar de algum encontro secreto que pudesse colocar em risco a segurança pública. Como não dominavam bem a língua, usavam gestos e sinais para se comunicar com os canadenses, o que às vezes causava problemas bem graves. Sofriam com brincadeiras de mau gosto dos colegas canadenses. Houve até problema sério com a polícia. Depois de adaptados e dominando a língua, optavam por trazer suas famílias em vez de voltar para encontrá-la em Portugal;

1960 – Começou a Guerra Colonial, em que os portugueses eram convocados, mesmo conta a vontade para lutar contra os revoltosos nas colônias que Portugal ainda havia;

1960 a 1976 – 1557890 emigrantes deixaram Portugal, sendo 574905 (36%) ilegalmente, sem a permissão do Governo Português;

1962 – Os portugueses começaram a se unir em torno da ideia de construir um espaço próprio, onde houvesse uma igreja e pudessem se sentir à vontade numa casa que fosse sua;

1973 – Fundação do Centro Português Amigos Unidos, nome dado em lembrança a outra tentativa de 1963-64, que tinha fins comerciais e ajudou muita gente;

1974 – Revolução dos Cravos;

5/1974 – Associação deu origem à Filarmônica Nossa Senhora de Fátima;

9/1974 – Associação incorporada ao Governo de Quebec; tinha como objetivos principais agrupar os portugueses de Hull, promover a cultura e favorecer a integração harmoniosa;

15/12/1974 – Inauguração do Centro Comunitário Português Amigos Unidos, em Hull.

1985 – Comunidade ainda cresceu muito, mas parou após mudanças nas leis de emigração portuguesa. A qualidade de vida em Portugal melhorou;

1987 – Obras para aumentá-lo;

1999 – Grande festa de 25 Anos do Centro.

Até hoje o Centro Comunitário Português Amigos Unidos exerce importante papel na preservação da cultura portuguesa no Quebec. Todos os portugueses são bem acolhidos e o Centro os assiste nos planos cultural, religioso, humano, cívico, escolar, artístico, do desporto e lazer, na confraternização e comunicação. Tratam-se de esforços feitos com muita dedicação para integrar a cultura portuguesa com a cultura canadense.

Festa de Natal

Um grande exemplo do esforço de integração dos portugueses é a sua Festa de Natal, que ocorrerá no domingo seguinte, dia 13 de dezembro, às 15 horas. Este ano, por exemplo, as crianças e adolescentes filhos e netos de portugueses, já nascidos no Canadá, estão ensaiando um Auto de Natal. Haverá ainda um palhaço e bolo para a criançada, e Vinho do Porto para os adultos.

As esforçadas professoras Carla Vaz e Sandra Anacleto, de Língua Portuguesa, Krystal Soares, de Artes, e Odélcia Rodrigues, de Teatro, juntaram-se para ensaiar os meninos e meninas. Carla e Sandra cuidam do entendimento do texto, Krystal preocupa-se com figurino e cenário, e Odélcia ensaia a apresentação de teatro. Sandra Anacleto compromete-se ainda em ajudar as professoras de Artes e Teatro na integração de seus trabalhos com o texto.

Os jovens, muitos dos quais ainda tímidos e sem muita desenvoltura no palco, esforçam-se para representar a ocasião sagrada do nascimento de Jesus Cristo. Divertindo-se muito com as vestimentas, experimentam a relação entre religião e cultura.

“A festa será aberta ao público”, garante Aurelina Arruda, uma mulher muito ativa e responsável pelas finanças do Centro. Aurelina, sempre muito elegante e simpática, brinca com a reportagem: “Teremos bolo e Vinho do Porto, bolo para as crianças e vinho para os adultos, é claro”, diz arrancando boas risadas de todos os presentes.

Haverá um Pai Natal (“Papai Noel no Brasil”, lembra Sandra Anacleto que é casada com um brasileiro) e ele trará presentes para todas as crianças. “Não será nada de especial, apenas um brinquedinho simples”, acrescenta Aurelina entre uma reunião e outra neste fim de ano corrido dentro do Centro Comunitário.

Serviço:
Festa de 35 Anos do Centro Comunitário Português Amigos Unidos
Jantar e Dança com a Orquestra Nossa Moda
Ementa do Jantar: entrada, sopa, salada, New York Steak, legumes e batata parisienne, sobremesa, chá ou café.
Adultos: $25; Crianças: $12
Reservas:
Natalie da Silva – (819) 360-3702
Maria Ferreira – (819) 243-0903
Manuela Neves – (819) 772-8607
Aurelina Arruda – (613) 314-2600
ccpau.adm@videotron.ca
Organização: Sol e Mar

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Monday, December 7, 2009

Escola Brasileira de Futebol Faz Sucesso em Gatineau


Sueli dos Santos, brasileira, empreendedora e treinadora de futebol, mãe de cinco filhos e dona da Academie Canada-Brasil Futebol, tem motivos de sobra para comemorar o fim de 2009. Em 2010, sua escola tem pela frente apenas desafios relacionados ao crescimento. Vencendo o tabu de que somente brasileiros com doutorado são vitoriosos no país, ela mostra sua força feminina no futebol.

Damien Mérette e Justin Maheu são os maiores troféus de Sueli. O primeiro, filho dela, é parte do elenco da Seleção Sub-18 do Canadá, joga atualmente no Nacional de São Paulo, no Brasil, e conseguiu uma bolsa para estudar na Universidade da Califórnia (UCLA). O segundo está escalado para a Seleção Sub-17 também do Canadá, joga no FC Toronto e também conseguiu uma bolsa de estudos.

Joey Pascoa é outro motivo de orgulho para Sueli, que se diverte com as experiências do rapaz que joga atualmente no Bahia, um dos maiores times do nordeste brasileiro. “Ele diz que o pessoal de lá é muito divertido, canta e dança o dia inteiro. Quando acorda, toma café e volta para dormir mais”, conta a brasileira às gargalhadas.

Todo esse sucesso traz novos desafios. Há sete meses, Sueli trouxe do Brasil o jovem e experiente treinador, Victor Souza, para auxiliar nos trabalhos que só vêm crescendo. “O Canadá investe bastante no futebol, mas não há profissionais qualificados para dar treinamento”, revela a brasileira batalhadora. Seu marido, Marcel Mérette, professor universitário, concorda.

Victor Souza chegou ao Canadá aprendendo inglês e sem noção alguma de francês. Em poucos meses, já dá instruções até a adultos nas duas línguas. “Aprendi com as crianças. Eu ouvia a Sueli falar com elas quando cheguei. Também falo muito com os filhos e o marido dela em casa”, ele conta. O rapaz ainda precisa terminar uma especialização no Brasil e pretende voltar de lá de mãos dadas com uma brasileira para formar família aqui.

Marcel Mérette era jogador bem sucedido de hockey em seu país, quando foi atropelado pelos projetos de Sueli em relação ao futebol. “Fui quase obrigado, não tive escolha. É a mesma coisa que trocar de religião, trocar de esporte”, comenta o canadense com humor tipicamente brasileiro, arrancando gargalhada dos presentes. Economista, ele se divide entre suas obrigações e a ajuda que dá à esposa.

Turismo Esportivo

Sueli dos Santos ainda encontra tempo para levar canadenses para conhecer clubes de futebol no Brasil. Através de seus contatos no São Paulo e no Nacional de São Paulo, ela organiza grupos de turistas interessados em conhecer a realidade interna do futebol na capital paulista, e às vezes até consegue encontrar jogadores famosos.

Foi o caso em 2002, quando um grupo de 35 pessoas organizado pela brasileira teve a felicidade de encontrar Kaka nas instalações do São Paulo. “Como ele foi atencioso! Deixou os jornalistas para dedicar um pouco do seu tempo a gente. Conversou com os meninos, tirou fotos com todo mundo, até com os pais”, contou Sueli. Ela própria não tem fotos com o ídolo internacional. “Eu morro de vergonha”, diz a simpática treinadora.

Além do pacote de visita aos clubes, ela organiza também testes para os interessados em jogar no Brasil. “Há meninos que conseguem passar, os clubes fazem ofertas, telefonam para o Canadá para falar com as famílias, mas algumas delas ainda não se sentem seguras em deixá-los arriscar”, avalia Sueli. “Quanto mais jovens eles tentarem, mais chances terão no futebol”, acrescenta.

Turmas Divididas Por Idade

A Academie Canada-Brasil Futebol “não é clube, é escola de futebol, não participa de campeonato”, salienta a brasileira. Tem quatro categorias entre as quais divide suas turmas. A primeira é composta por crianças entre três e quatro anos de idade, a segunda entre cinco e seis anos. “Nós chamamos essas categorias de Baby Fut”, revela Sueli dos Santos. Segundo ela, é a idade boa para implementar o trabalho da Escola Brasileira de Futebol.

“Os mais velhos já vêm com a mentalidade do hockey, que é um esporte que faz muito uso do ombro”, conta a treinadora. Futebol é com o pé e por isso mesmo é considerado um dos esportes mais democráticos, onde baixinhos, gordinhos e outros tipos físicos têm chance, ao contrário de outros esportes onde ser alto, magro e forte é imperativo. Romário, Ronaldo Fenômeno, e até mesmo Adriano, atual Campeão Brasileiro, são bons exemplos disso.

“Outro dia houve um jogo de meninas e duas delas entraram firme de ombro uma com a outra. Tive que parar o jogo e explicar que nessa idade não é legal começar assim”, conta Victor Souza. O uso de ombradas no futebol é permitido desde que o adversário não perca o equilíbrio, caso contrário o juiz assinala a falta.

A escola oferece ainda turmas para crianças acima dos sete anos de idade. “Aí já é diferente, os meninos jogam mesmo. Alguns chegam a ter muita habilidade”, revela Sueli. Acima destes está uma turma de até 18 anos. “E já estamos com uma procura de meninos de até 20 anos querendo treinar. Até pais querem bater uma bolinha”, diz ainda.

No último domingo (6/12/2009), enquanto as crianças do Baby Fut treinavam controle e domínio de bola, seus pais estavam indóceis do lado de fora do campo, doidos para bater uma bolinha também. Como muitos alunos haviam faltado com gripe, Sueli e Victor liberaram alguns minutos para que os adultos pudessem brincar. Até uma vovó jogou e foi a melhor Zagueiro Central da partida.

“É uma oportunidade de meu filho estar em contato com outra cultura”, disse Jean-Thierry Barthélus, pai de uma das crianças. Alain Peladeau tem dois filhos na escolinha de futebol, um menino e uma menina. “Eu joguei na liga da Província do Quebec há muitos anos”, conta ele que era de fato um dos mais habilidosos em campo. “Este tipo de treinamento é muito bom”, acrescenta Marc Patry, outro pai animado e bom de bola.

No fim de uma partida suada, o empate em 5x5 foi justo para Rouges e Bleus. A cordialidade dos pais com seus filhos foi a marca do jogo. Os mais habilidosos construíam todas as jogadas e deixavam as crianças de frente para o gol, prontos para chutar. Às vezes, porém, era preciso fazer todo o trabalho. Todos se divertiram muito.

Escola de Futebol Gabaritada

Sueli dos Santos é uma profissional preparada. Fez todos os cursos necessários no Canadá e alguns no Brasil também. “Quando vi que meus filhos gostavam de futebol, coloquei-os para praticar aqui. Mas era tudo muito desorganizado. As pessoas nem conheciam direito as regras e então pensei: eu faço melhor do que isso”, lembra a treinadora.

No Paulistinha de São Carlos, interior de São Paulo, Sueli estudou com Walter Gama, que posteriormente veio até dar curso no Canadá. Ela prefere aqueles cursos menos teóricos, em que o estudante fica o dia inteiro ao lado de um treinador vivendo sua realidade cotidiana no futebol. “Ao lado do treinador tem preparador físico, a gente aprende muito mais, é mais prático”, sentencia.

Victor Souza não é o primeiro treinador que ela traz do Brasil. “Já trouxe muita gente, mas eles ficam um tempo e depois vão embora. Quando o inverno está chegando, voltam para o Brasil”, diagnosticou a treinadora. Alguns eram realmente muito bons, sabiam trabalhar com crianças.

“Aqui os treinadores são voluntários. Quando eu comecei a pagar gente para vir treinar crianças todo mundo foi contra”, relembra Sueli. Com o tempo, porém, seu trabalho gabaritado começou a mostrar resultados e a própria sociedade começou a ver o que era mais vantajoso. Muita gente que mandava no setor mesmo sem entender nada de futebol começou a se sentir ameaçada pela brasileira, mas ela fez somente seu trabalho e conquistou seu espaço.

Seu objetivo é ensinar a forma brasileira de se jogar futebol. Ela só prepara os atletas, que encara como alunos que irão para times de competição. Tradicionalmente, “as crianças aqui não podem dizer nada, não podem ser criativas no esporte”, diz Sueli. Segundo ela, a criança é obrigada a obedecer ao treinador como se ele tivesse um joystick nas mãos. “Na minha escola é o contrário”, afirma. Não é por outro motivo que o futebol brasileiro é o mais bem sucedido do mundo.

Victor e Sueli dão treinos também em escolas envolvidas com o campeonato escolar de Futsal. “Alguns dos meninos são os mesmos da academia. Somos líderes do campeonato nas duas categorias, masculina e feminina”, orgulha-se Sueli.

Tudo em Casa

Victor Souza agradece muito à Sueli. Não só ele recebeu uma excelente oportunidade de trabalho, como tem moradia e alimentação por parte da brasileira batalhadora. “Em São Paulo, o meio de futebol é muito fechado. Em termos acadêmicos, então, é muito pior, todos olham com desconfiança”, comenta o treinador. “Sueli abriu portas para mim no Canadá e quanto a isso sou extremamente agradecido”, disse ainda.

Tadeu Mérette, outro filho de Sueli, tornou-se seu amigo, apesar de mais novo. A família deixa até que ele use um dos automóveis, mas a timidez do rapaz esconde muito de seu talento nas quadras e fora delas. “Estamos querendo arrumar uma namorada para ele”, brinca Sueli. Jovem, talentoso e bonito, Victor Souza é muito determinado no que faz.

Mais tarde, num jogo de torneio entre amigos em que ele entra em campo como zagueiro para defender o time do Canadá, o rapaz mostra qualidade na execução da função. Seu time perdeu de 2x0 dos rapazes da Sérvia, mas Victor foi o melhor em campo. Seus colegas ainda não entenderam que o futebol é um esporte coletivo e se preocuparam apenas com o full contact. Talvez se beneficiassem de uma escolinha brasileira.

Contato: canadabrasilfut@hotmail.com

Sueli dos Santos

50 rue jean-marc , Gatineau QC
(819) 669-1612

http://www.canadabrasilfutebol.com

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Thursday, December 3, 2009

Beleza de Cantos Que Vêm dos Trópicos


O grupo Tropicantos chega ao fim de 2009 cheio de motivos para comemorar. E para não deixar essa alegria passar apenas em branco e vermelho vai fazer o último show do ano no Jazz’oo, no Centro de Ottawa, no dia 19 de dezembro. Um CD seria lançado na mesma data, mas os artistas querem fazer um bom material e ele virá apenas em 2010.

O conjunto, que conta com a participação de nove feras da música latino-americana, toca músicas que define como Bossa Nova, Andean-Flamenco Fusion, Samba, Salsa, Jazz-Complexioned e Folklore-Funk Acoustics. Se você não entendeu, não se preocupe. O que importa mesmo é que no fim tudo isso resulta num som de riqueza incomparável.

Leonardo Constant é o único romeno de toda esta história, mas sua paixão pela música brasileira o levou a falar a Língua Portuguesa de maneira quase impecável. “Às vezes ele fala melhor do que eu”, brinca Regina Teixeira, uma brasileira artista do grupo. “Gentileza sua”, responde elegantemente o romeno. “Pura paixão, aprendi com a Bossa Nova, com João Gilberto, Caetano Veloso…”, acrescenta com simpatia.

Na verdade, foi Carlos Morgado Terrones, um chileno membro da Florquestra Brasil, conjunto que ele, Leonardo e Regina têm dentro do Projeto Tropicantos, o grande alquimista que surgiu com a ideia. Juntaram um elsalvadorenho, um guatemalteco brilhante em composições, um peruano e três outros brasileiros e formaram o fenômeno musical que é o Tropicantos.

“Nós somos como uma família”, Regina diz tentando explicar o prazer que tem sido tocar junto de pessoas que considera tão especiais. O brilho de seu olhar, contudo, diz mais que mil palavras. “O concerto é possivelmente uma viagem para cada um. Eu me sinto como um turista violonístico no meio de tanta gente boa”, arremata Leonardo.

Com a fidalguia de seu português impecável, o romeno tenta explicar a magia do Tropicantos. Os músicos tentam contribuir com seus próprios estilos para a canção de determinada origem cultural. Os instrumentos se encaixam com harmonia trazendo para um determinado ritmo a nuance cultural de cada músico. Nasce o som Tropicantos.

Identidade Latina

Certa vez o grupo precisava ensaiar para uma apresentação. Havia a oportunidade de fazer apenas dois ensaios, o que deixou Leonardo preocupado. Tito Medina, o guatemalteco bom compositor, disse que não queria ensaiar demais, preferia que os músicos sentissem na alma os arranjos e a harmonia. Deu certo, o show foi ótimo. “É preciso ter o ouvido bom”, exclama Regina.

Historicamente, a América Latina nunca teve uma identidade própria. O conjunto Tropicantos conseguiu, no Canadá, sintetizar através da música toda a beleza de se fazer música do lado debaixo do Equador. Esta magia fraternal que eles conseguiram através da arte é de deixar qualquer político fã da globalização com inveja.

“Eu sei que a salsa não leva surdo, mas encaixo a minha batida no som que o outro está fazendo, respeitando o ritmo”, registra Regina. O som vai fluindo assim, de acordo com a origem cultural de cada canção, com a contribuição criativa que cada músico pode dar a partir do seu próprio repertório cultural. E o colorido da harmonia se sobrepõe a tudo.

A Família Ideal

Segundo Regina Tavares, a ideia original do Tropicantos era a cada show apresentar um artista novo. Explorar as relações dele com o conjunto a ponto de todos crescerem juntos musicalmente. Cada espetáculo “era para dar oportunidade também a quem não tinha espaço”, diz a artista.

Por outro lado, Leonardo crê que o conjunto atingiu seu equilíbrio ideal. “Encontramos a família mais perfeita e acho que devemos manter isso”, afirma o romeno. Ele se lembra de um ensaio em sua casa que durou um dia inteiro, mas que na sua opinião foi perfeito.

De Florquestra a Tropicantos

“O Tropicantos está gravando um disco que, infelizmente, não vai ficar pronto para o show e vamos aproveitar uma parte desse material para a Florquestra”, garante Leonardo. É que o a Florquestra Brasil foi o berço da ideia do Tropicantos.

Depois de longos anos encontrando e se despedindo de guitarristas que a acompanhavam, Regina Teixeira encontrou Leonardo Constant, com quem montou um conjunto chamado Brazilian Vibes. Tocavam Bossa Nova, mas a ideia não deu muito certo. “Os canadenses gostavam mais de Bossa Nova que os brasileiros, por incrível que pareça”, conta Regina.

Partiram então para a Florquestra Brasil, com Sílvio Modolo, outro brasileiro. “Foi o Leonardo que deu a ideia desse nome tão maravilhoso. No começo fiquei preocupada porque era difícil de falar, mas ele falou para eu ficar tranquila que ia dar certo”, conta a simpática brasileira dona de um canto de canário belga alimentado com farinha d’água da boa mesmo.

Em seguida veio o Carlos Morgado com a ideia desse projeto revolucionário e multicultural. Somaram-se então Willy Terrones Gamarra, Tito Medina, Salomon Carrillo, Fernando Acosta e, mais recentemente, Evandro Gracelli. Alquimia completa, este é o Tropicantos.

O último show, no mesmo Jazz’oo, deixou o conjunto extasiado. “Eram nove músicos no palco”, lembra Regina sorrindo amplamente. O próximo parece que vai ser até melhor, porque que o entrosamento entre os músicos ganhou ainda mais maturidade. O pessoal das cordas quebrou as cabeças para pegar a mesma batida, mas conseguiu, garante a brasileira.

Lançamento de CD em 2010

O pessoal do Tropicantos fazia planos de lançar o próximo CD durante o show do dia 19 de dezembro. As gravações já estão em andamento, mas os atrasos foram tantos que resolveram adiar para o ano que vem.

“É muito difícil reunir todo mundo para gravar”, comenta Leonardo. Obrigações familiares e de trabalho atrasaram as gravações e, consequentemente, os planos de lançamento do álbum. “A Regina, por exemplo, tem família, tem três filhas”, acrescentou o simpaticíssimo romeno. “É, não é fácil”, emendou Regina.

Às vezes algum músico está com um show na agenda no mesmo dia de estúdio, mas terminando a apresentação passa por lá para gravar a sua parte. E como os excelentes artistas têm um compromisso fundamental de fazer boa música, preferem fazer tudo com calma a apressar um trabalho que não vai ser lançado a contento de todo o grupo. É compreensível.

Serviço:
Show do Conjunto Tropicantos
Local: Jazz’oo European Bar & Lounge
132 Sparks St. (entre Meltcafe e O’Connor)
Ottawa, ON, K1P 5B6
Data: 19 de dezembro de 2009, às 20 horas
Ingressos: $18 (antecipados) e $20 (na porta)
Reservas: (613) 314-7688 ou
tropicantos@myspace.com

Outras informações sobre o Tropicantos:
http://www.myspace.com/tropicantos

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