Saturday, November 21, 2009

Estudando a Língua Portuguesa


A Colônia Portuguesa em Hull está ensinando Língua Portuguesa aos interessados em estudá-la. As turmas contam com estudantes descendentes de lusitanos ou com pessoas com outros interesses relacionados ao idioma. O Cena Canadense foi visitar uma turma que se iniciou recentemente na experiência.

A Professora Sandra Anacleto nasceu no Arquipélago dos Açores, uma possessão lusitana bem no meio do Oceano Atlântico. Doutoranda do terceiro ano em Linguística na Universidade de Ottawa, ela está feliz com seu trabalho. “Eles são um grupo de pessoas bem interessantes”, diz animada.

Todos os sábados, além das crianças descendentes de portugueses, há uma turma de cinco alunos para os quais Sandra leciona. Ela e mais seis professoras desenvolvem um projeto que começa a ganhar corpo. “Estamos pensando em abrir uma escola de Língua Portuguesa de verdade”, conta Sandra. Juntas, formaram o Conselho de Professores e pretendem ter o seu próprio espaço.

O Centro Comunitário faz o que pode para preservar a cultura portuguesa. Ensinar a língua lusa as gerações de portugueses nascidas aqui é uma de suas missões. “O Centro nos oferece o que é possível, mas falta por exemplo uma sala mais adequada, onde o barulho de fora não atrapalhe os alunos e não haja pessoas passando”, a professora explica enquanto uma festa é preparada no salão ao lado e as vozes dos associados se misturam a sua.

“A Embaixada de Portugal já foi abordada no passado, mas parece que faltou mais estrutura ao primeiro projeto. Vamos tentar novamente com um plano mais elaborado”, declara a professora. “Estamos felizes por estar aqui [no Centro Português], mas queremos fazer o melhor para a comunidade”, diz ainda.

Entre as crianças, algumas ainda não compreendem o motivo de estudar português. “Outras querem se comunicar bem com seus avós, porque já estão na terceira geração de portugueses no Canadá”, Sandra explica. É uma forma de preservar a cultura.

Entre os adultos, os motivos de procura são os mais variados. Michel Raymond, de 41 anos de idade, é casado com uma açoriana e brinca dizendo que quer saber o que a família de sua esposa fala pelas suas costas. Todos riem. “Na verdade, quero me comunicar bem com eles”, fala mais sério. Michel já tem o bom humor que caracteriza os lusófonos e meio caminho já está andado.

Catherine Perron acha a língua bonita. Ela vai fazer uma viagem de trabalho para o mesmo arquipélago e parece bem animada. Seus olhos brilham quando imagina o que pode encontrar.

O simpático casal Deslauriers já tem planos bem diferentes. Martin Deslauriers, de 59 anos, e sua elegante esposa, Sylvie Deslauriers, sempre aprendem a língua de algum país antes de visitá-lo. Pretendem agora passear por Portugal e pelo Brasil. O belo casal descobriu uma maneira inteligente de assimilar culturas.

Kim Chapman tem um motivo muito bonito para aprender português. Aliás, dois motivos. Ela frequenta uma igreja onde a Comunidade Portuguesa também reza. Lá conheceu um rapaz que a inspirou a falar melhor a língua. “É importante aprendermos uma língua e termos a oportunidade de praticá-la”, diz.

Em seguida, foi a hora dos alunos entrevistarem o blogueiro. O animado Michel Raymond disparou a primeira pergunta. “Você está preparado para o frio?’, indagou. Cláudio Tostes (eu, o blogueiro em questão) explicou que já teve experiências em países frios anteriormente. “Já enfrentei -50º C na Suécia e na Áustria, mas isso foi em 1996”, contou. “Então você está destreinado?”, retrucou Michel. “Sim, mas peguei uns casacos emprestados e comprei meus próprios casacos aqui”, revelou Cláudio.

Catherine Perron olhava concentradamente e talvez até pensasse num pergunta, quando Michel disparou outra vez. “O Carnaval no Brasil é picante mesmo como ouvimos falar por aqui?”, perguntou o desenvolto aluno. “Tudo depende de onde você vai para se divertir no Carnaval. Se você procura por um lugar picante, vai encontrar”, informou o blogueiro. “Hoje a Prefeitura do Rio de Janeiro investe muito dinheiro para resgatar o Carnaval de Rua, que é o mais tradicional. O desfile de Carnaval havia se tornado muito industrial, voltado para os turistas e estamos tentando resgatar o Carnaval do povo”, complementou.

A turma visitada está apenas começando seus estudos. Mas a julgar pelos interesses que os aproximam da Língua Portuguesa, eles serão bem sucedidos no aprendizado. Inteligência e simpatia não lhes falta.

Página Inicial

Wednesday, November 11, 2009

Pinturas que Fazem Pensar

Não estamos falando da famosa cantora de Fado portuguesa radicada em Toronto. A artista plástica brasileira Sônia Tavares exporá suas telas no próximo fim-de-semana em Kanata (ON). Será no Fall Art Show & Sale, promovido pelo Kanata Art Club, na Saint Isidore Church entre 10h da manhã e quatro da tarde.

Nascida em Ponta Grossa (PR) e radicada no Canadá há 23 anos, Sônia Tavares vai expor pelo menos 15 telas este fim-de-semana. À medida que forem vendidas, a pintora pretende apresentar novas obras. "É diferente da pintura canadense", adverte ainda emocionada com o sucesso da primeira exposição em outubro passado.

"Eu sou uma pessoa retraída, gosto de ficar em casa. Minha família sempre elogiou minhas pinturas, mas eu nunca acreditei que elas fossem boas o suficiente. Não esperava que provocassem essas reações nas pessoas", confessa a artista que pinta imagens sobre problemas contemporâneos. "Minhas telas têm cores vibrantes, falam coisas atuais e fazem a pessoa pensar", revela.

Temas inquietantes e da ordem do dia, como o aquecimento global e a miséria da humanidade, estão presentes em algumas de suas pinturas. "Eu também pinto flores, mas o principal é isso", referindo-se aos temas sociais globais que a deixam inquieta.

Sônia Tavares pinta desde sua infância, mas quando chegou ao Canadá envolveu-se com outro projeto. "A música é como a matemática, uma linguagem que todo mundo fala e o meu primeiro emprego aqui foi como pianista numa escola de balé clássico", ela nos conta. Mas há dois anos a vida deu uma guinada.

Uma grave crise de labirinto fazia a artista se sentir muito mal quando tocava o instrumento. "Eu dava aulas em casa também e o som do piano me atordoava", lembra-se. "Tive que optar entre a música e a pintura", lamenta deixando claro que gosta das duas atividades. "São emoções diferentes, todas as duas muito boas", complementa.

O Website de Sônia Tavares está sendo desenvolvido por seu neto, mas ainda não está pronto. O mais recomendável é dar uma chegadinha em Kanata para conferir as telas que prometem eletrizar o coração e a consciência social dos admiradores da arte contemporânea.

Serviço:
Sônia Tavares - Exposição
Fall Art Show & Sale
Kanata Art Club
14 e 15 de novembro de 2009
Sábado e domingo
10:00am - 4:00pm
St. Isidore Church
1135 March Road
Kanata, ON

Página inicial